(AUTOR:LUAN RIBEIRO)
A dor está no ar
E a noite está densa
O céu está chorando
Lagrimas tão pesadas
Que parecem espancar
As almas de todos que
estavam presentes
Naquela ocasião.
A cena era a
seguinte:
Meu bisavô
Estava no quintal da
grande casa colonial
Violando o solo com
uma velha pá enferrujada
Havia um grande saco
preto ao seu lado
A sua filha estava
gritando e chorando muito
A minha bisavó estava
fazendo
Oque qualquer mulher
da quela época civilizada
Faria,escondendo seus
desejos,emoções e opiniões
Por meio de um grande
e doentio
Falso moralismo.
Pela ignorância de um
povo
Fundamentado na
religiosidade e nas trevas dos pensamentos disfuncionais
Duas crianças que
tiveram o azar de não ter um pai
Estavam voltando
prematuramente para o pó da terra
Aos olhos dos meus
bisavós isto era uma ação de Deus,uma purificação
Mas nas sombras
daquela noite todos
Sabiam que não era
Deus,que havia matado aquelas duas crianças
Mas sim o fanatismo e
a falta de amor do meu bisavô
Era as mãos deles que
estavam sujas de sangue e não as mãos de Deus
Eu creio que aquele
ato praticado
Naquela fria noite,
não agradou os olhos de Deus
Pelo contrario
Fez o coração de Deus
chorar.
Meu bisavó havia
enterrado
Aquelas duas crianças,
aqueles dois anjinhos
No fundo do quintal
Elas foram enterradas
no fundo de um quintal imundo
Elas foram enterradas
como um maldito cachorro de rua
Foram enterradas no
cemitério dos anjos
Onde nem uma lagrima
será derramada
Elas foram enterradas
no cemitério dos anjos
Onde estão enterrados
Todos aqueles que não
são dignos de serem lembrados
como eu, AZEVEDO.
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