segunda-feira, 16 de junho de 2014


SOU

(AUTOR:LUAN RIBEIRO)

Não sei oque dizer de mim.
Não sei quem sou.
Nem  oque sou.
Sou um sonho mal projetado
Ou uma realidade inacabada?
Sou um medo primitivo ou um desejo latente?
Sou apenas um sádico masoquista
Ou um cara que tenta ignorar a própria dor?
Sou um ser ilimitado com opção de livre arbítrio
Ou apenas mais um maldito pisciano suicida sendo guiado
Pelo o vazio e a solidão das estrelas?
Sou um incrédulo ou apenas possuo mais fé na negatividade?
Sou o produto do meu meio

Ou o produto do meu medo?

domingo, 15 de junho de 2014


 CEMITÉRIO DOS ANJOS-FRAGMENTOS DA TEMPESTADE
(AUTOR:LUAN RIBEIRO)

A dor está no ar
E a noite está densa
O céu está chorando
Lagrimas tão pesadas
Que parecem espancar
As almas de todos que estavam presentes
Naquela ocasião.
A cena era a seguinte:
Meu bisavô
Estava no quintal da grande casa colonial
Violando o solo com uma velha pá enferrujada
Havia um grande saco preto ao seu lado
A sua filha estava gritando e chorando muito
A minha bisavó estava fazendo
Oque qualquer mulher da quela época civilizada
Faria,escondendo seus desejos,emoções e opiniões
Por meio de um grande e doentio
Falso moralismo.
Pela ignorância de um povo
Fundamentado na religiosidade e nas trevas dos pensamentos disfuncionais
Duas crianças que tiveram o azar de não ter um pai
Estavam voltando prematuramente para o pó da terra
Aos olhos dos meus bisavós isto era uma ação de Deus,uma purificação
Mas nas sombras daquela noite todos
Sabiam que não era Deus,que havia matado aquelas duas crianças
Mas sim o fanatismo e a falta de amor do meu bisavô
Era as mãos deles que estavam sujas de sangue e não as mãos de Deus
Eu creio que aquele ato praticado
Naquela fria noite, não agradou os olhos de Deus
Pelo contrario
Fez o coração de Deus chorar.
Meu bisavó havia enterrado
Aquelas duas crianças, aqueles dois anjinhos
No fundo do quintal
Elas foram enterradas no fundo de um quintal imundo
Elas foram enterradas como um maldito cachorro de rua
Foram enterradas no cemitério dos anjos
Onde nem uma lagrima será derramada
Elas foram enterradas no cemitério dos anjos
Onde estão enterrados
Todos aqueles que não são dignos de serem lembrados
como eu, AZEVEDO. 






O TOQUE DO PAI

(AUTOR: LUAN RIBEIRO)

Do alto do penhasco eu grito o teu nome
Eu tento chamar a tua atenção
Estou gritando e chorando
Como uma criança mimada
Implorando a sua presença
Eu sinto o desespero se misturando com a fé
Eu vejo o medo tentando fechar a minha boca
Não sei se é as suas mãos ou apenas minha força de vontade
Mas algo força os meus lábios a se abrirem
E eu sinto como se a minha boca estivesse colada
Mas agora algo está  abrindo a minha boca
Rasgando a cola e um pouco de carne que vai se
Convertendo em sangue
É uma dor estranhamente fascinante,saborosa e libertadora
Eu sinto todo o meu orgulho se humilhando
Sinceramente é como se eu estivesse deixando de ser terreno, humano e me tornando em
Alguma outra coisa
Algo mais sublime, mais brilhante
Mais perfeito
E que estranhamente me soa familiar
Nesse momento eu olho para o abismo
Que está abaixo de mim
E penso NE pular
Mas algo me segura
Me impede
Não sei se é algum instinto primitivo de sobrevivência
Ou se é as suas mãos
Finalmente me tocando
E me dizendo
_Filho não faças isso.







MORTO AO AMANHECER-FRAGMENTOS DA TEMPESTADE
(AUTOR:LUAN RIBEIRO)

Acabo de olhar pela vidraça da minha alma, os cacos de vidro estão batendo contra o meu corpo nú. Todo o meu orgulho e os meus medos ,estão sendo dilacerados e as minhas feridas estão sendo completamente expostas como um grande câncer, que estava corroendo todo o meu corpo
As minhas cicatrizes fedem á remorso, medo e vinho barato
Mas finalmente,depois de tanto tempo
Tudo está sendo exposto na luz
Para receber o real tratamento de que precisa.
Eu já estou começando a sentir os raios do sol queimarem
Tudo que estava podre em mim
Começo a sentir toda dor e confusão mental saírem da minha mente, meu cérebro lateja, e o meu coração adormece
E sinto todas as luzes do meu corpo sendo apagadas
Uma a uma, não sei dizer se isto é bom ou ruim
Só sei dizer que finalmente algo começa a fazer sentido
É como se escamas estivessem sendo retiradas dos meus olhos,
Antes eu tinha olhos mas não enxergava ,agora não tenho olhos mas enxergo.
Meus olhos foram arrancados por um punhal de prata
Fui ferido por mãos que outrora
Acariciaram meu corpo jovem e cansado
Meu peito foi rasgado em meio há um “eu te amo” dito de maneira leviana.
Agora eu me encontro caído no quintal da minha casa
Em meio há o cemitério dos anjos
Uma estaca de madeira está perfurando o meu coração neste momento
É isso que me impede de eu me levantar
Meu corpo está contemplando algo que há muito tempo
A escuridão havia feito eu me esquecer, o nascer do sol.
Em todo o seu esplendor o sol vem nascendo por de traz das montanhas
E é a vista mais linda, que eu já vi, nesses meus 150anos de existência
Meu nome é AZEVEDO,
E eu era um vampiro.